
My rating: 3 of 5 stars
3 ⭐⭐⭐ - OK decent reads.
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UPDATE: Re-read in March, 2019
Casamento Acidental - portuguese edition, Kindle Unlimited
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UPDATE: Re-read in June 2016
UPDATE: Re-read in October 2014.
C.C. não amava Penelope. Nunca amara. Ela, no entanto, o adorava desde os 19 anos,
Não era uma moça bonita, mas tinha uma figura agradável, mesmo que mais para roliça. Penelope não se encontrava acima do peso, apenas tinha um corpo curvilíneo que preenchia generosamente o jeans. Tocado pelo sol, o cabelo refletia uma nuance quase vermelho-dourada. O nariz reto era coberto por uma camada de sardas.
C.C. a observou com olhar desinteressado.
– Quantos anos tem, Pepi? – Sabe muito bem que tenho 22.
– Vinte e dois contra meus 30 anos. E 22 de pura ingenuidade – disse ele proferindo as palavras devagar.
Pobre e torturado homem! Perdera a mulher e o filho que ainda nem havia nascido durante um passeio de rafting em uma corredeira, ao qual tivera a infelicidade de sobreviver.
Vivi o suficiente para saber que ninguém nunca resolveu seus problemas fugindo deles.
Pode escrever o que estou dizendo, menina, ele é mais do que aparenta ser.
Aquilo a magoou. C.C. a fazia parecer uma vaqueira qualquer. Talvez fosse essa a imagem que tinha dela… como um daqueles homens com quem trabalhava.
Ainda vestindo jeans. Está sempre com roupas masculinas. Tem pernas, garota? Ao menos, tem seios…?
Suponha que mudássemos seu sobrenome para Tremayne – perguntou ele hesitante. – Claro, por que não? Está sempre correndo atrás de mim, Penelope Marie Mathews, então por que não se casa comigo e faz a coisa da maneira certa?
Se não se casar comigo… – ameaçou C.C. com astúcia bêbada – entrarei em um bar, atirarei a esmo, e nós dois iremos presos. Agora mesmo, Pepi. Neste minuto. Estou falando sério.
Pepi foi quase arrastada para a capela.
Em seguida, ele estendeu o papel na direção dela, respirou fundo e desabou no chão da capela.
Talvez tenha de me conformar em ser paparicado por você, mas jamais ficarei casado com você quando sóbrio.
Você não passa de uma garota. Não é nenhuma mulher fatal.
As consequências de sua farsa poderiam ser trágicas e de longo alcance, ainda mais se C.C. resolvesse se casar com Edie. Ele seria considerado bígamo sem nem ao menos saber.
Se ao menos conseguisse perder peso para ficar com a silhueta mais parecida com a de Edie…
O dorso do dedo indicador longo lhe tocou o rosto em uma carícia lenta e devastadora.
C.C. a mantivera fora do alcance durante anos, mas Pepi não era inocente, portanto, não tinha de se preocupar com a consciência
Acho que já tem idade para saber por que os homens procuram mulheres como Edie. Ele é um homem. E tem… suas necessidades.
Ela usava mais maquiagem do que de costume e exibia uma beleza genuína, com sardas e tudo.
Acho… Ora, ora, olhe para aquele vestido!
Edie acabara de transpor a porta, trajando um vestido vermelho, com um decote profundo nas costas que se estendia até a altura da cintura e formava um V na parte da frente. A despeito do comprimento, servia como uma propaganda para divulgar sua beleza loira e atraía uma boa quantidade de olhares.
Venha comigo e verei se consigo convencê-la do contrário – acrescentou com expressão afetuosa e uma voz grave e sensual. – Essa é uma oferta irrecusável – murmurou Edie em resposta. – Boa noite, Penelope, Brandon.
– Edie é suficiente para você? – rebateu ousada. – Quando estou disposto, qualquer coisa com seios é suficiente para mim – disse conciso e irritado com a recusa de Pepi em admitir que se interessava por ele.
Não quero me casar, seja com uma boa cozinheira ou uma mulher elegante – murmurou C.C. distraído, franzindo a testa e voltando a se concentrar em passar manteiga em um pão, alheio à expressão estampada no rosto de Pepi.
Observou-a em silêncio, pensando no quanto ela era atraente, com quilos a mais ou não.
Teria de fingir estar apaixonado por Edie para afastar Pepi. Para se certificar de que ela não alimentasse nenhuma esperança.
Após experimentar o ardor de C.C. minutos atrás, era doloroso ser lembrada de que ele pertencia a outro alguém. Pepi se ergueu e começou a retirar a mesa, distraída.
Ao lado da loira, sentia-se como um canhão.
De qualquer forma, por que C.C. olharia duas vezes para ela com uma mulher tão linda quanto Edie em seus braços?
Porém, o óbvio interesse de C.C. em Edie a estava matando. Ele mantinha um braço possessivo em torno da loira, e em determinado momento inclinou a cabeça e lhe capturou os lábios com um beijo faminto na frente de Pepi e de todo El Paso.
Foi melhor assim. Eu vinha alimentando esperanças vãs com esse homem.
Você sabia que eu jamais me casaria com uma maquiavélica simplória e roliça como você se estivesse sóbrio! Não é nem um pouco atraente, Pepi, e seus modos e a maneira de se vestir se parecem mais com os de um homem do que de uma mulher.
– Pai, ele ama a esposa que morreu. Acho que ainda sofre por ela. Lembra-se de como se sentiu quando mamãe se foi?
Você é maquiavélica, mentirosa e provavelmente uma caça-dotes.
Saíra com Edie, havia… E estava casado!
Não quero ter filhos. Tampouco uma esposa – respondeu ele sacudindo a licença de casamento. – Muito menos uma que não escolhi!
Lembrou-se do que ele lhe dissera em Juárez, sobre ela ser roliça e simplória.
Você foi sincero. Sempre soube que nunca desejaria uma gorda desmazelada como eu…
Feia, acima do peso e caipira até a medula dos ossos. Papai sempre disse que você era sofisticado o suficiente para se casar com uma socialite, e tinha razão. Edie faz seu estilo.
Não me importo com o seu dinheiro – rebateu Pepi, os olhos castanhos acusatórios. – Gosto de ter comida no prato e um teto sobre a cabeça, mas não poderia me importar menos com quanto dinheiro possuo, e você sabe disso! C.C. deixou escapar um suspiro rouco. – Trata-se de Hale?
Se já estou casado, não terei de me defender contra as noivas em potencial, certo?
Casar-me com você, com certeza, não foi ideia minha!
– Não sou doce nem pequena. – Pepi pousou o garfo. – Sou simplória e gorda, como você mesmo disse.
Claro que ela não era o tipo de mulher que inspirava paixão nos homens, como era o caso de Edie.
Pepi sabia que C.C. não a amava. Ele deixara isso muito claro.
– Beije-me, sra. Tremayne – sussurrou C.C. induzindo-lhe a boca a se abrir.
– É mesmo importante o modo como o uso? – indagou Pepi com frieza. – Afinal, não me tornam menos gorda.
– Parece menos vulnerável, sim – afirmou C.C. sarcástico. – Não precisa debochar de mim. Não posso evitar a reação que você me causa.
Edie foi apenas uma diversão prazerosa e muito inocente. – C.C. escorregou a lateral do rosto pelo dela, de modo que a respiração soprasse quente na orelha de Pepi. – Nunca dormi com ela.
Pepi sorriu, até que um movimento lhe atraiu o olhar até Edie, que se encontrava a uma mesa próxima, sozinha, e com os olhos cravados em Connal.
Pepi se sentiu culpada e envergonhada com o fato de ele ter de ficar preso a ela, quando estaria muito melhor em companhia de Edie. Ela não passava de uma garota do campo. Não tinha nenhuma sofisticação.
Ele e a loira tiveram um relacionamento, mesmo que não houvessem sido amantes.
Edie foi seu único relacionamento firme por um bom tempo – comentou Pepi abatida. – É compreensível que tenha alimentado esperanças.
As mulheres sempre alimentam esperanças – retrucou ele com frieza amarga. – Claro que nem todas têm a sorte de fisgar um homem bêbado e arrastá-lo até uma capela matrimonial mexicana.
Nunca a deixaria esquecer. E que tipo de vida levariam?
Não chamaria isso exatamente de sorte. – Ela não lhe sustentou o olhar. – Obrigado – agradeceu C.C. ácido. – Posso dizer o mesmo.
É mesmo uma simplória e tanto, certo, Pepi? Não sabe como beijar, não sabe fazer amor, jamais sonharia em tocar um homem abaixo da cintura…
Até que a morte nos separe – acrescentou com escárnio.
É mesmo tão cínico quanto faz questão de parecer? – Sou. – C.C. estreitou o olhar.
Você sempre cuidou de mim – afirmou C.C. com voz calma. – Nunca a vi como mulher.
C.C. deixou escapar um profundo suspiro. Havia fechado todas as portas, e agora não fazia ideia de como voltar a abri-las. Tudo o que sabia era que, se perdesse Pepi, sua vida não teria sentindo.
MAS O afeto que Connal demonstrara mais cedo pareceu se desintegrar à medida que o dia avançava.
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